Um relatório de uma atividade prática, é uma exposição escrita de um determinado trabalho ou experiência laboratorial. Não é apenas uma descrição do modo de proceder (técnicas, reagentes, material, etc.), pois este conjunto de informações constitui o protocolo. Um relatório é o conjunto da descrição da realização experimental, dos resultados nele obtidos, assim como das idéias associadas, de modo a constituir uma compilação completa e coerente de tudo o que diga respeito a esse trabalho, sendo ainda o registro permanente das informações obtidas.
É elaborado principalmente para descrever experiências, investigações, processos, métodos e análises.
Não se incluem nesta categoria relatos meramente descritivos, levantamentos estatísticos ou relatos históricos ou administrativos, que não caracteriza uma pesquisa científica com seus componentes de pergunta ou hipótese, método científico de análise, descrição dos resultados em cotejo com a literatura.
2- Como escrever?
O relatório como instrumento de trabalho deverá utilizar uma linguagem simples, clara, objetiva e precisa. A clareza do raciocínio, característica do método científico, deverá transparecer na forma como o relatório é escrito.
Um relatório deverá ser conciso e coerente, incluindo a informação indispensável à compreensão do trabalho. A forma pela qual alguma informação pode ser apresentada (tabelas, gráficos, ilustrações), pode contribuir consideravelmente para reduzir a extensão de um relatório.
Fases:
a) Plano inicial: determinação da origem, preparação do relatório e do programa de seu desenvolvimento;
b) Coleta e organização do material: durante a execução do trabalho, é feita a coleta, ordenação e armazenamento do material necessário ao desenvolvimento do relatório.
c) Redação: recomenda-se uma revisão crítica do relatório, considerando-se os seguintes aspectos: redação( conteúdo e estilo); seqüência das informações, apresentação gráfica e física.
3- Estrutura de um relatório
A divisão metodológica de um relatório em várias secções ajuda à sua organização e escrita por parte dos autores e, de igual modo, permite ao leitor encontrar mais facilmente a informação que procura.
3.1. Título, autor(es) e data
Identificação do trabalho (título). Identificação dos autores. Data em que o relatório foi realizado.
3.2. Objetivos
Deverá incluir sumariamente qual ou quais os objetivos do trabalho a realizar.
3.3. Introdução
Nesta parte do relatório deve ser introduzido o trabalho experimental a realizar, bem como as noções teóricas que servem de base ao mesmo. A introdução deve conter a informação essencial à compreensão do trabalho.
3.4. Material e Métodos
Deve ser sintético mas, preciso, contendo, no entanto, informação suficiente de modo que, no caso da experiência vir a ser repetida por outrem, possam ser obtidos resultados idênticos. Normalmente considerado como um ponto secundário do trabalho, esta parte do relatório é, no entanto, essencial para a compreensão da experiência a realizar.
3.5. Resultados
Descrição do que se observa na experiência. Inclui o registro e tratamento dos dados, bem como os esquemas e ou as figuras das observações efetuadas. Os esquemas são feitos a lápis e legendados. No caso de observações microscópicas deve ser incluído junto ao esquema a ampliação.
3.6. Discussão
Interpretação dos resultados. A discussão deve comparar os resultados obtidos face ao objetivo pretendido. Não se devem tirar hipóteses especulativas que não possam ser fundamentadas nos resultados obtidos. A discussão constitui uma das partes mais importantes do relatório, uma vez que é nela (e não na introdução) que os autores evidenciam todos os conhecimentos adquiridos, através da profundidade com que discutem os resultados obtidos.
Obs.: Deve ser feita uma apreciação dos resultados que obteve e se esses não forem esclarecedores faça novos ensaios experimentais.
3.7. Conclusões
Esta parte do relatório deve sumarizar as principais conclusões obtidas no decurso do trabalho realizado.
3.8. Referências bibliográficas
A bibliografia deve figurar no fim do relatório. Nela devem ser apresentadas todas as referências mencionadas no texto, que podem ser livros (ou capítulos de livros), artigos científicos, CD-ROMs e websites consultados.
Adaptado de:
Jones, A., Reed, R. and Weyers, J., 1998 – “Pratical Skills in Biology”. 2nd edition. Longman Scientific & Technical (ed), New York.
Em linhas gerais, o romance policial é um tipo de narrativa que expõe uma investigação fictícia, ou seja, a superação metódica de um enigma ou identificação de um fato ou pessoa misteriosos. Toda narrativa policial apresenta um crime e alguém disposto a desvendá-lo, porém nem toda a narrativa em que esses elementos estão presentes pode ser considerada policial. Isto porque além da necessidade de um crime, é preciso também uma forma de articular a narrativa, de estabelecer a redação do detetive com o crime e com a narração.
Para tratarmos da classificação dos tipos de narrativa no interior do gênero policial, tomaremos como ponto de partida o romance policial clássico ou romance de enigma . A busca de sua solução será o objetivo do agente responsável pelo esclarecimento do enigma, o detetive. A clássica narrativa de enigma oferece sempre duas histórias distintas: a do crime- concluída antes do início da outra- e a do inquérito. Nesta, pouca coisa acontece e os personagens encarregados da descoberta do criminoso, apenas observam e examinam os indícios deixados pelo assassino, não realizando nenhum tipo de ação fora dos limites da racionalização lógica. O relato de investigação geralmente fica a cargo de um companheiro do detetive, como por exemplo, o Dr. Watson que narra as aventuras do mais famoso detetive de ficção Sherlock Holmes. Nesse tipo de narrativa, o enredo de arma com base em cenas progressivas de suspense que desencadearão, ao final, na descoberta do criminoso. Durante a investigação, porém, nada que ponha em risco a integridade física do detetive poderá acontecer. Esta é uma das regras do gênero que postula a imunidade do detetive. Uma vez que os personagens nesse momento não agem, mas tiram conclusões sobre uma ação passada, a narrativa é elaborada em forma de memória, diminuindo, em princípio, as possibilidades do detetive ser atacado ou morrer no desenrolar da história.
A natureza dos romances policiais está igualmente relacionada às funções da literatura de massa e às forças que operam sob a sociedade burguesa. Os problemas humanos e os crimes transformados em "mistérios" que possam ser solucionados representam uma tendência comportamental e ideológica típica do capitalismo. O romance policial também demonstra que, não pode haver crime perfeito, logo, ilegalismo sem punição. A principal função ideológica na literatura policial é a demonstração da estranheza do crime. Caracterizando o criminoso como um ser estranho à razão natural da ordem social, ela faz parte de uma pedagogia do poder que, através da diferenciação dos ilegalismos, define a delinqüência. O criminoso, geralmente, é alguém que não se enquadra na ordem social, sendo por isto necessário identificá-lo e puni-lo. Com efeito, a narrativa policial segue uma ordem de descoberta, tendo como ponto de partida um fato extraordinário.
O universo do romance policial é permeado por esses vários elementos: medo, mistério, investigação, curiosodade, assombro, inquietação, que são dosados de acordo com os autores e as épocas. Através da palavra, o medo se torna uma tortura da imaginação e estabelece uma relação poética entre narrador e leitor, o mundo é, dessa forma, uma fonte de inspiração literária, visto que, mistérios sempre existiram desde os primórdios da história da humanidade. A raiz metafísica deste gênero está na necessidade humana de eliminar a angústia e o sofrimento que nos domina enquanto não atingimos a compreensão de uma determinada situação de mistério. O temor diante do desconhecido e o espanto como resultado da resolução de um enigma são traços pertinentes à própria psicologia humana.
O romance policial clássico busca a mais completa verossimilhança trabalhando com índices materiais. Muitos detetives, como por exemplo, Sherlock Holmes, adotam métodos científicos para irem em busca da verdade. Em geral, o narrador lança mão de um mistério tão bem elaborado que o leitor não será capaz de desvendar sozinho. É nesse momento que o detetive entra em ação com o objetivo de resgatar a verdade. O leitor, a essa altura, está preso a narrativa na expectativa de um desfecho que o satisfaça. Com o objetivo da investigação sempre será alcançado, o detetive torna-se uma espécie de herói e o público passa a desejar que ele apareça em outras estórias, garantindo assim, a consagração do personagem.
Com estratégias cada vez mais sofisticadas, o romance policial começa a apresentar charadas com o intuito de aumentar o interesse do leitor a partir do momento em que ele se sente incapaz de desvendar o mistério sozinho. A partir daí, o romance policial começa a ser tratado como uma espécie de jogo.
Outro gênero no interior do romance policial e, que se opõe ao romance de enigma apresentado é o chamado romance negro . Nele, as duas estórias se fundem; a narrativa coincide com a ação do crime. Não há narração em forma de memórias, não há mistério a ser desvendado e também não sabemos se o detetive chegará vivo ao final da estória. A arquiteutra da narrativa tem dois principais interesses: o de aguçar a curiosidade do leitor garantindo que a estória não seja abandonada no meio do caminho, e o de criar situações de suspense. O crime, o cadáver e certos indícios estarão presentes, mas os motivos pelos quais o assassinato foi praticado será o fio condutor da narrativa que, a partir daí, fará com que o interesse do leitor seja sustentado pela espera do que vai acontecer. Aquela imunidade que garantia a segurança do detetive no romance de enigma não será mais possível, aqui, o detetive se arrisca e tudo pode lhe acontecer.
Surge ainda, uma terceira que combina as propriedades das anteriores: o romance de suspense. Assim como no romance de enigma, este, conserva em seu enredo o mistério e as duas estórias. Como no romance negro, a segunda estória(a do inquérito) assume o lugar central na narrativa. O leitor se interessa por interrogar como se explicam os acontecimentos do passado e o que acontecerá no futuro da narrativa. Aqui, os personagens também arriscam constantemente a vida. O mistério, diferente do romance de enigma, é o ponto de partida. O interesse principal está na narrativa do inquérito, que se desenrola no presente.
Idenir e Margareth
4 comentários:
Olá, meu nome é Andreza sou aluna de enfermagem-FIEL-LIMEIRA-S.P.
no qual juntamente com outras alunas estou realizando um relato de experiência científica que será levado ao um congresso. Anexei o conceito de relato desse blog, então preciso realizar as citações para não ser conferido como plágio, necessito dos sobrenomes das pedagogas Idenir e Margareth a qual postaram esse conceito. Desde já agradeço e fico no aguardo!
meu e-mail: andreza_apmartins@yahoo.com.br
Olá, também preciso do nome completo de vocês para referência. Por favor, envie p mim: moni7606@hotmail.com.
Aguardo. Bj!
Olá gostaria se possível de receber as citações do autor deste texto pois anexei este conceito em meu trabalho de graduação. Desde já agradeço. Meu e-mail: xandyscherer@gmail.com ou xandyscherer@hotmail.com
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